CARTOGRAFIA INDISCIPLINAR DO CONFLITO DA IZIDORA EM BELO HORIZONTE

RESUMO

Como objetivo principal, este texto traz elementos para o debate sobre justiça espacial envolvendo conflitos de extrema complexidade jurídica e política como a luta territorial da região da Izidora em Belo Horizonte. Com enfoque voltado ao enfretamento dos temas áridos que se escondem na linguagem técnica e inacessível dos instrumentos urbanísticos negociais, o recorte do trabalho está voltado para os limites e as potencialidades do método de investigação, mobilização e denúncia desenvolvido pelo Grupo Indisciplinar nesse conflito territorial. Parte-se da apresentação do método cartográfico do Grupo e de sua contextualização como pesquisa engajada, para posterior problematização do caminho de investigação a partir dos seguintes questionamentos: (i) quais os principais dispositivos cartográficos de atuação do Grupo frente à luta territorial, que somam às ações de resistência, nos diferentes tempos e espaços do conflito? Quais os possíveis impactos dessa atuação do Indisciplinar no conflito da Izidora? Como as ações do grupo, que envolvem ao mesmo tempo ensino, pesquisa e extensão, acontecem junto às ações de outros parceiros ao longo desse processo de resistência criativa, protagonizado por diversos atores numa rede ampla de luta pela justiça espacial? Partindo dessa abordagem, busca-se enfrentar o papel que esse método de pesquisa teve para ressignificar o conflito para além da oposição posse e propriedade, situando-o no debate em torno dos múltiplos agenciamentos da produção da cidade. Esse processo será feito a partir da discussão das diferentes tecnologias criadas pelo Grupo, ora compreendidas como táticas nodulares, ora como estratégias enredadas, usando, em diferentes formatos, tempos, espaços e escalas a combinação de ações de rua e de rede, como ferramentas tecnopolíticas.

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